terça-feira, 26 de novembro de 2013

Como alimentar 45 pessoas sem me entupir de ansiolíticos, parte VI


Aviso à navegação: esta receita faz parte do especial "Como alimentar 45 pessoas sem me entupir de ansiolíticos", a.k.a. aniversário de Ervilha Maria. De facto, tudo foi confeccionado para alimentar esta multidão, mas as receitas (com excepção das sobremesas) estão quantificadas para os 4 do costume: Ervilha Maria, Zé do Polvo, Maria Achocolatada e Bróculo Júnior. No final da epopeia, farei um resumo da matéria dada, e falaremos das quantidades usadas para os magníficos 45. Boa viagem!


Sei que vão achar que é mito urbano, mas pessoas de confiança garantem-me que a história que vos vou relatar é verdadeira. E reza assim:

Um grupo de jovens adultos vai visitar Amesterdão, dado o seu evidente interesse pela arte e arquitectura holandesa. Já para não falar dos românticos canais e dos coloridos jardins de tulipas. Quando dão por eles, estão numa coffe shop, claramente induzidos em erro, por aquilo que pensavam ser cheiro a lareira, conforto que as baixas temperaturas faziam almejar. Mais uma vez por pura ingenuidade, os nossos protagonistas tropeçaram nuns tais de cogumelos. Estando com uma certa larica e convencido pelo carácter saudável do pretenso fungo, um dos jovens achou por bem provar o típico pitéu. Mais tarde, o grupo separou-se do incauto jovem, que se viu com ganas de arejar depois de tão lauto petisco, tendo combinado ponto de encontro no hotel. 

Eis senão quando, passado um par de horas, o nosso guloso jovem regressa ao hotel e vai ao encontro da restante trupe afirmando paulatinamente ter encontrado um duende com poderes mágicos. Depois de muita insistência, os compinchas acederam a dirigir-se ao quarto do jovem onde estaria o dito duende. Pelo caminho faziam piadolas com a imaginação do jovem, e estavam convictos que teria sido alguma coisa que o rapaz teria comido, que certamente lhe tinha caído mal. 

Qual não foi o espanto de todos quando se depararam no quarto do nosso herói, não com um  duende de loiça, mas com um jovem anão holandês, sequestrado de uma visita de estudo, pelo nosso protagonista. O resto está em segredo de justiça, e o nosso amigo trouxe de souvenir da Holanda, não uma tulipa, mas um termo de identidade e residência.

E depois desta bonita história, apresento-vos a receita de hoje: uma espécie de cogumelos à Bolhão Pato. Simples, baratos, rápidos, e na minha humilde opinião, deliciosos. Não os usem no entanto como desculpa para cometer qualquer tipo de sequestro a indivíduos de reduzida estatura, pois os exemplares confeccionados não são da mesma raça dos da história acima narrada. Cá vai o receituário:


Cogumelos à Ervilha Pata

Tempo de preparação: Tipo Lusco-fusco

Despensa:

Azeite
1 molhinho de coentros picados
4-5 dentes de alho laminados
300 g de cogumelos de paris, cortados em quartos
Sal e pimenta preta acabada de moer
Pão torrado

A parte divertida:

Cobre o fundo de uma frigideira anti aderente, de forma generosa. Leva ao lume com o alho e 2/3 dos coentros, com o lume alto. Assim que o azeite começar a crepitar, junta os cogumelos, tempera com sal e pimenta, e mexe a frigideira sem medos. Deixa saltear uns 3 ou 4 minutos. Tapa, e deixa em lume médio 7 min, aproximadamente. Devem murchar, mas ficar "trincáveis" na mesma. Polvilha com o resto dos coentros, mais uma pimentinha e um fio de azeite, serve com o pão torrado para afogar na molhanga, et voilá!

Post scriptum: Nenhum anão foi ferido neste processo. Daquilo que se sabe ficou apenas com uma história para contar, e uma peculiar impressão das gentes lusas...





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