segunda-feira, 10 de março de 2014

Não negue à partida uma gaveta de vegetais que desconhece...




Não podia deixar de dar o meu bitaite sobre o MasterChef Portugal, que estreou no passado sábado na TVI. Três pontos prévios importantes: 

- Sou fã deste formato. Vejo o Austrália, em que eles são fofinhos e amiguinhos uns dos outros que chega a enjoar, mas que é claramente o mais didáctico. Vejo o USA, que tem o conjunto de jurados mais carismático (Avé, Ramsay!), onde a componente reality show é muito forte, e se prega as boas virtudes de sermos uns cabrões uns para os outros. O UK é uma trampa, nem mais nem menos.
- Segui o MasterChef que passou na RTP, que achei ser um parente muito pobrezinho do formato australiano que conhecia na altura. Papei-o na mesma, do princípio ao fim. Imaginem o quão mau é o UK que não passei do primeiro episódio.
- Quando soube que seria a TVI a produzir o MasterChef preparei-me para o "worst case scenario": um painel de jurados composto pela Fanny, a Alexandre Lencastre e o António Sala; casting com dress code de bikini e botas Jeffrey Campbell; tragédia familiar/ doença incurável como pré requisito para ser concorrente.

Dito isto, foi com muito agrado que vi o primeiro episódio. Bem produzido,  fiel ao formato original, e as inovações resultaram. Gosto muito da maneira como o Rui Paula diz "MácheterChef", o Miguel Rocha Vieira vai muito bem a fazer de Joe Bastianich (por favor, não digam que fui a única pessoa a reparar!), e o Goucha... O Goucha vai bem a fazer de Goucha como só ele faz. E sim, eu gosto disso. As minhas palmas a todos os que concorreram, porque não sofrem de um problema de que a Ervilha Maria sofre: cagunfa. Único motivo que me impediu de concorrer. Aos 15 aventais, uma vénia e boa sorte!

Esta chefe (pelo menos dos índios cá de casa) traz-vos hoje uma refeição vegetariana, cheia de cor e sabor, e que não deixa ninguém esfomeado. Surgiu do cruzamento com uma daquelas disposições que me dão às vezes "é que não me apetece nada carne, mas também não me apetece peixe", e uma gaveta de vegetais recém abastecida (ando obcecada por espargos!). E como ovos nunca podem faltar, foi isto que sucedeu. E tenho para mim, que foi bem sucedido. E faz-se assim:

Soufflé de Tété com Horta no Forno

Tempo de preparação: Comme si, comme ça

Despensa:

6 ovos
Sal e pimenta preta moída q.b.
1 colher de sopa de margarina
1 molho de espargos, lavados e arranjados (isto é, retira a parte de baixo que é fibrosa. Se os dobrares eles quebram no sítio certo. Maravilhas da natureza...)
2 maçarocas de milho em vácuo
8 cogumelos Paris médios, limpos
Azeite
Alho em pó 
Oregãos
Salsa

A parte divertida:

Liga o forno a 200º. Separa as gemas das claras. Mexe as gemas, e bate as claras em castelo com uma pitada de sal e pimenta. Envolve as gemas nas claras, "doucement". 

Cobre o fundo de um pirex com um fio de azeite e dispõe os espargos, as maçarocas e os cogumelos. Cobre com um fio de azeite, tempera com sal e pimenta, salpica com o alho em pó e oregãos, e remexe de maneira a ficar uniformemente temperado. Leva ao forno, no grill, durante 10/12 minutos.

Derrete a margarina numa frigideira anti aderente, e inclina-a para untar bem. Cobre a frigideira com a mistura dos ovos e deixa cozinhar em lume médio cerca de 4 minutos, até o centro estar firme e os lados descolados. Leva ao forno 3 minutos. Retira do forno, desenforma e salpica com folhas de salsa. Serve com os vegetais, et voilá!

Post scriptum: Eu considero esta refeição tal como está extremamente saciante, mas podeis juntar um arroz thai simples, para estômagos ávidos de mais hidratos. Ninguém vos julgará por isso. Juro!



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